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27/10/2025 • ASG / ESG
La Niña volta e gera instabilidade no clima global
Fenômeno climático desafia o agronegócio e exige revisão das estratégias de seguro rural
O fenômeno climático La Niña está oficialmente de volta e deve alterar o regime de chuvas e temperaturas em boa parte do planeta até o início de 2026.
No Brasil, os efeitos mais intensos devem ocorrer entre o fim de 2025 e o primeiro trimestre de 2026, com seca no Sul e chuvas acima da média no Centro, Sudeste e Norte.
O retorno do fenômeno acende o alerta entre subscritores e seguradoras rurais, que já revisam zonas de risco, produtividade e práticas de manejo agrícola para evitar desequilíbrios nas carteiras de seguro.
Seguro rural em alerta com o retorno da La Niña
Na renovação e precificação das apólices rurais, a distribuição irregular de chuvas e o aumento de eventos extremos — como granizo, vendavais e estiagens prolongadas — exigem modelos de análise mais detalhados.
A utilização de médias históricas isoladas pode subestimar a variabilidade climática que a La Niña introduz. Por isso, especialistas recomendam:
Cenários meteorológicos atualizados, integrados a modelos probabilísticos;
Georreferenciamento de lavouras e mapeamento de microclimas;
Revisão das coberturas por cultura e microrregião, equilibrando proteção e sustentabilidade técnica das carteiras.
Essas práticas reforçam o papel do seguro rural como ferramenta essencial de resiliência e estabilidade econômica, principalmente diante da crescente volatilidade climática.
🌊 Como a La Niña muda o clima global
O resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, característica central da La Niña, altera ventos, umidade e formação de frentes frias em larga escala.
Esse deslocamento gera uma redistribuição brusca das chuvas, com impactos diretos sobre a agricultura e a economia global.
Fenômenos recentes mostram o padrão:
. Sul da Europa, Ásia Central e leste da África devem enfrentar seca
. Índia, América Central e Canadá podem ter chuvas excessivas e enchentes
. O Brasil vivenciará extremos climáticos em direções opostas
Efeitos no Brasil: extremos em direções opostas
Sul com estiagens severas
Rio Grande do Sul, Santa Catarina e oeste do Paraná devem enfrentar seca intensa, com perdas agrícolas, aumento do risco de incêndios e queda nos níveis de reservatórios.
Culturas de verão - como soja e milho - podem sofrer impactos significativos, afetando também o abastecimento urbano.
Centro e Sudeste com chuvas acima da média
O Centro-Oeste e o Sudeste devem registrar chuvas fortes e prolongadas, que beneficiam o plantio, mas aumentam o risco de alagamentos, erosão, doenças fúngicas e atrasos na colheita.
Nas grandes cidades, o excesso de precipitação tende a gerar transtornos urbanos e perdas econômicas.
Norte e Nordeste: contrastes regionais
No Norte, as chuvas devem se intensificar no início de 2026.
Já o Nordeste poderá registrar calor acima da média e chuvas irregulares, especialmente no semiárido, pressionando a produção agropecuária e o consumo de energia.
🌍 Fenômeno global, danos locais
Mesmo em intensidade moderada, a La Niña costuma provocar impactos econômicos expressivos, especialmente sobre commodities agrícolas, exportações e cadeias de abastecimento.
A instabilidade climática afeta desde planos de plantio e colheita até a formação de preços de alimentos e insumos, exigindo maior atenção de governos, seguradoras e produtores.
Um ciclo que pode se prolongar
Eventos de La Niña geralmente duram de nove meses a um ano, mas há registros de ciclos mais longos.
Se o padrão atual persistir, os efeitos sobre o clima brasileiro podem se estender até o primeiro semestre de 2026, influenciando:
. Produtividade agrícola e custos de produção
. Preço dos alimentos
. Operações e sinistros de Seguro Rural
Enquanto o fenômeno ainda se consolida no Pacífico, o Brasil se prepara para um período de contrastes: seca em um extremo, temporais em outro - e um novo teste para a capacidade do mercado segurador de antecipar riscos em tempos de incerteza climática.
O retorno da La Niña mostra como o seguro rural é um instrumento de segurança alimentar e estabilidade econômica.
Com planejamento climático e inovação tecnológica, o setor segurador pode transformar dados meteorológicos em proteção concreta para quem produz - e para quem depende do campo
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