15/09/2023 Seguros Gerais

Instituto Nacional de Meteorologia avisa: El Niño está chegando

Resta avaliar a intensidade do fenômeno, que poderá ser de moderada a forte

Por conta de divergências entre os modelos climáticos utilizados, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) ainda não tem uma palavra final sobre a intensidade do fenômeno El Niño durante as estações da primavera e verão este ano no país.

Contudo, o Inmet reconhece que seus impactos poderão variar de moderado a forte, algo suficiente para produzir prejuízos elevados.

De seca a chuvas

Sabe-se que o El Niño afeta as diferentes regiões brasileiras de maneira distinta:
 

  • No Norte e no Nordeste, prevalece a tendência de uma seca mais severa e um aumento nos focos de incêndio nas duas próximas estações
  • Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, espera-se um aumento nas temperaturas médias e uma irregularidade nas chuvas. Por fim, no Sul do Brasil, as chuvas tendem a ficar acima da média, especialmente durante a primavera e o verão, o que pode resultar em enchentes e deslizamentos de terra


A explicação da ciência

Especialistas afirmam que os danos causados ao solo por incêndios são extremamente severos e podem até ser irreparáveis em termos de nutrientes e características de composição.

“Uma área que pegou fogo nunca mais vai voltar a ser como era na nossa escala de tempo. As partículas passam por um processo de fusão que alteram toda uma bioquímica que acontece no solo. É prejudicial em todos os aspectos, além de ter um custo significativo de recuperação”, informa o técnico do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP/SENAR-PR Bruno Vizioli, em reportagem publicada no site da Confederação Nacional da Agricultura.


O El Niño, inicialmente, contribui para o aquecimento da atmosfera, o que pode resultar em chuvas de verão, frequentemente na forma de pancadas. Além disso, as correntes polares tendem a enfraquecer, reduzindo o risco de geadas no inverno.

 

Estoque de perdas

 

   No Rio Grande do Sul
 

  . Entre 2013 e 2023, os desastres naturais causaram R$ 79,1 bilhões de prejuízos no estado

  . As chuvas geraram prejuízos de R$ 13,9 bilhões (17,5% do total) e as secas, R$ 66 bilhões, correspondendo a 83,4% do total, de acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM)

  . Nos últimos 10 anos, a União repassou aos municípios gaúchos afetados por desastres apenas R$ 766,84 milhões para ações de drenagem urbana, prevenção, reabilitação, recuperação e reconstrução de áreas destruídas por calamidades e para ações de enfrentamento à seca

  . O montante não cobre 1% do total de prejuízos, segundo a CNM


   Em Santa Catarina

 

  . Os danos foram proporcionalmente menores que no RS. O evento extremo atingiu 15 municípios mais severamente, que decretaram situação de emergência em decorrência da passagem do ciclone

  . Ao todo, a CNM estima prejuízos de mais de R$ 28,8 milhões

  . No período que vai de 2013 a 2023, os desastres causaram R$ 19,1 bilhões de prejuízos em Santa Catarina, resultando em 4.732 decretações de situação de emergência  ou estado de calamidade pública

  . As chuvas causaram R$ 9,3 bilhões em prejuízos econômicos, correspondendo a 48,9% do total de R$ 19,1 bilhões

  . A seca causou prejuízos de R$ 8,9 bilhões, correspondendo a 46,6% do total

  . 128 pessoas perderam suas vidas decorrente do excesso de chuvas entre 2013 e 2023
 

 

 

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